29/05/2012

Oficina de poesia: poema ladrão

O dia da poesia foi comemorado com uma oficina de poesia. Os alunos escreveram “o poema ladrão” a partir de poemas de Fernando Pessoa, de Alexandre O'Neill, de António Gedeão, de Carlos Drummond de Andrade, de Álvaro Campos e de Patrícia Joyce.

Apresentamos o resultado dessa oficina de poesia.

Os alunos do agrupamento poderão escolher/votar o poema que mais gostam. O “poeta ladrão” vencedor receberá um prémio no final do ano letivo.

Vota no poema que mais gostas!

Poema 1
Em árvores onde o longe nada tinha
Mais perto, abre-se a terra em sons e cores
Onde era só, de longe a abstrata linha
E, no desembarcar, há aves, flores.

Ai! Se ela agora viesse,
Sequiosamente
Se ela agora viesse, bebê-la ia de um trago
Sorvê-la-ia num hausto,
Como o ar se precipita
Numa avidez sedenta
Tumultuosamente
Numa secura aflita
Sofregamente
Quando o espaço vazio se lhe apresenta.

Se eu fosse o cego
Que acena com a mão à beira do passeio
Se eu fosse a pobre criatura que estende a mão na rua à caridade
Esperaria em sossego, sem receio
Se eu fosse o operário que não ganha o bastante para viver
Aguardaria sem amargura, que por ali passasse a bondade
E havia de vencer
Lutava pelo aumento de salário.

Poema 2             
Como o ar se precipita
Sofregamente
Quando o espaço vazio se lhe apresenta!

Não pesa num total que tende para o infinito,
Sei que o mundo é maior do que o bairro onde habito.
Que o respirar de um só, mesmo que seja o meu,
Eu seu que a humanidade é mais gente do que eu.
Num jeito de tão sonâmbulo gosto
Com um dedo tímido o oval do rosto
Como se um grão de luz lhe percorresse
Uma qualquer pessoa que relesse.
Ai! Se ela agora viesse!
Sequiosamente
Tumultuosamente
Numa secura aflita
Numa avidez sedenta.



Poema 3             
Se eu fosse cego,
Que acena com a mão à beira do passeio.
Esperaria em sossego, sem receio.
Eu sei que as dimensões impiedosas da vida
Ignoram todo o homem, dissolvem-no, e, contudo,
Nesta insignificância, gratuita e desvalida.
Universo sou eu, com nebulosas e tudo.
Se eu fosse a pobre criatura que estende a mão na rua à caridade,
Aguardaria sem amargura, que por ali passasse a bondade.
O mar anterior a nós, teus medos,
Tinham coral e praias e arvoredos.
Desvendadas a noite e a serração,
As tormentas passadas e o mistério.
Se eu fosse o operário que não ganha o bastante para viver,
Lutava pelo aumento de salário,
E havia de vencer.

Poema 4
É urgente o amor,
É urgente um barco no mar.
Da distância imprecisa, e, com sensíveis
O sonho é ver as formas invisíveis.

Teu bem e teu mal
É tomares para ti
Meu mal e meu bem
Meus e teus são nossos
Verdadeiramente
Os beijos merecidos da verdade.

Buscar na linha fria do horizonte
Movimento da esperança e da vontade,
É urgente destruir certas palavras
Ódio, solidão, e crueldade,
Alguns lamentos,
Muitas espadas.


Poema 5             
«Amigo» (recordam-se, vocês aí escrupulosos detritos?)
«Amigo» é a solidão derrotada.
Naturalmente
As coisas que vimos,
E as que sentimos.
Intimamente.
«Amigo» é o contrário de inimigo!
«Amigo» é uma grande tarefa,
É guardar para ti,
É guardares para mim.
«Amigo» é o erro corrigido,
Um trabalho sem fim.
Não o erro perseguido, explorado.
Um espaço útil, um tempo fértil,
É a verdade partilhada, praticada.
«Amigo» vai ser, é já uma grande festa!

Poema 6
Eu sei que o meu desespero não interessa a ninguém.
Cada um tem o seu, pessoal e intransmissível.
Com ele se entretém e se julga intangível.

Se eu fosse cego,
Que acena com a mão à beira do passeio,
Esperaria sem receio e em sossego.
Se eu fosse o operário,
Que não ganha o bastante para viver,
Lutava pelo aumento do salário,
E havia de vencer.

Se eu fosse a pobre criatura,
Que estende a mão na rua á caridade,
Agradaria, sem amargura, que por ali passasse a bondade.

Necessariamente,
A mim dirás,
E a ti direi,
Rigorosamente,
É tomar para mim.


Poema 7
Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra «Amigo»
Sermos amigos, é contares comigo!

«Amigo» é um sorriso
Num jeito de tão sonâmbulo gosto
Um coração pronto a pulsar
Com um dedo tímido o oval do rosto.

Um olhar bem limpo,
Como se um grão de luz lhe percorresse.
Confiantemente
Uma qualquer pessoa que a recebesse!

Precisava de dar qualquer coisa a uma qualquer pessoa.
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
De boca em boca
É contar contigo,
Na nossa mão.

Poema 8
Eu sei que o meu desespero não interessa a ninguém,
Precisava de dar qualquer coisa a uma qualquer pessoa.
E uma qualquer pessoa, como um luar, nascesse,
 E sem sorrir, sorrisse,
Os beijos merecidos da verdade.
Universo sou eu, com nebulosas e tudo!
Eu sei que a humanidade é mais gente do que eu,
Mais perto, abre-se a terra em sons e cores,
Linha severa da longínqua costa.
Cai o silêncio nos ombros,
Tinham coral e praias e arvoredos.
É urgente inventar alegria,
É urgente o amor
E se ela agora viesse?
Na minha mão estendida dar-lhe-ia
Uma qualquer pessoa de quem me aproximasse,
O gesto de a estender, e uma qualquer pessoa entenderia
Como se um grão de luz lhe percorresse
Esta é a maior miséria que no mundo há.
A minha mão estendida e tímida, não pede,
Dá!


Poema 9
Quando a nau se aproxima ergue se a encosta,
Buscar na linha fria do horizonte,
E, no desembarcar, há aves, flores,
Eu sei que o meu desespero não interessa a ninguém.
É esperar por ti, sabendo que vens,
Naturalmente.
É guardar para ti, é guardares para mim,
Que o respirar de um só, mesmo que seja o meu.
E a ti direi, e a mim dirás,
É urgente o amor,
É urgente inventar alegria,
Não o erro perseguido, explorado.
Um coração pronto a pensar
Universo sou eu, com nebulosas e tudo!
Sei que o mundo é maior,
Do que o hauro onde habito!


Hora do conto

Os meninos do JI de Carvalheira ouviram a história da Carochinha e retrataram a história em desenhos.


 


 
 

Hora do conto

Hora do conto no Gerês - 16 de maio

 


Dia da Mãe

No dia 4 de maio de 2012 comemorámos o Dia da Mãe.

Neste dia, as mães (pessoal docente e não docente) receberam origamis, assinalando o dia, preparados pela equipa da BE, com a colaboração dos utilizadores da biblioteca e com os alunos das turmas dos 6º anos e respetivos professores de Educação Visual e Tecnológica, Teresa Leitão e Celeste Rebelo.

O dia também foi assinalado no Jardim de Infância de Terras de Bouro com a Hora do Conto, dinamizada pela professora Cristina Martins.






 


22/05/2012

Melhor leitor de abril

Ler ao entardecer

"Ler ao Entardecer"

Dando sequência ao projeto realizado no ano letivo anterior, a equipa das BE do Agrupamento de Escolas de Terras de Bouro realizará, nos dias 31 de maio e 8 de junho a atividade "Ler ao Entardecer", nas BE de Rio Caldo e de Terras de Bouro.

Com esta atividade pretende-se criar uma sessão de leitura partilhada entre pessoal docente e não docente, proporcionando um momento lúdico/didático no qual poderão recitar o(s) "poema(s) da minha vida".

Este entardecer literário terminará com um momento musical e com um lanche-convívio confecionado pelos alunos do curso profissional Técnico de Restauração - Restaurante/Bar.

Autoavaliação da BE

O processo de preenchimento dos questionários online, relativamente aos alunos, correu normalmente, cumprindo a metodologia apresentada, enquanto o dos docentes ainda se encontra em desenvolvimento.


Apela-se a uma participação mais ativa no processo pois, será através dos docentes, alunos e encarregados de educação que a Equipa das BE irá recolher grande parte das evidências que espelham o trabalho desenvolvido e os resultados alcançados.

21/05/2012

Dia do Autor Português - 22 de Maio

Comemoração do Dia do Autor Português (22 de maio)

Para assinalar o Dia do Autor Português, serão promovidos encontros com escritores/poetas nas várias BE do Agrupamento. Destacamos os convidados Dr. Araújo, Dr. Manuel Martins e João Luís Dias, individualidades da terra, lembrando e reconhecendo o trabalho que estes autores terrabourenses têm feito e o seu contributo para a nossa cultura.

Dia do autor português

09/05/2012

Projeto Solidário - Um Pensamento por 1 Euro

Projeto Solidário - Um Pensamento por 1 Euro

Com o objetivo de incentivar o espírito de solidariedade, a equipa da biblioteca do Agrupamento de Escolas de Terras de Bouro dá seguimento a um projeto solidário iniciado nesta escola em 2009 pelo grupo disciplinar de Filosofia. Este projeto consiste na venda de pensamentos/frases celebrizadas ao longo do tempo e pretende a angariação de fundos para o tratamento de um professor vítima de um cancro raro, (Cordoma no clivo naso-alveolar) benigno, mas invasivo.

Os pensamentos serão distribuídos aos alunos pelos diretores de turma de diferentes níveis de escolaridade e entregues (três) a cada aluno, a fim de serem vendidos por um euro.

Este projeto, para além de incentivar e incutir sentimentos de solidariedade e alicerçar valores morais, alerta para questões relacionadas com o cancro e principalmente para os elevados custos que a sua cura pode implicar.

08/05/2012

Concurso Nacional de Leitura - 2ª Fase

Três alunas do terceiro ciclo, da Escola Básica e Secundária de Terras de Bouro, participaram na Segunda Fase Distrital do Concurso Nacional de Leitura

No âmbito do PNL (Plano Nacional de Leitura), no dia 23 de Abril, dia Mundial do Livro, três alunas da Escola Básica e Secundária de Terras de Bouro, Maria Carlos Dias, Maria Inês de Sousa e Tânia Gomes, participaram na segunda fase, a nível distrital, do Concurso Nacional de Leitura, que se realizou na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva e no Teatro Circo, em Braga.

Tendo em conta a necessidade de promoção da leitura nas escolas, a Comissão Organizadora do Plano Nacional de Leitura – em articulação com a RTP, com a DGLB (Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas) e com a Rede das Bibliotecas Escolares – promoveu, no ano letivo de 2011 / 2012, a 6ª edição do Concurso Nacional de Leitura (CNL), aos quais o Município de Braga e a Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva se associaram na qualidade de responsáveis pelas Provas do Distrito de Braga. Com o objetivo de estimular a prática da leitura como forma de conhecimento e de lazer entre os alunos do 3ºCiclo do Ensino Básico e do Ensino Secundário, o concurso pretende motivar os adolescentes para a leitura de obras literárias e estimular o convívio entre leitores.

No dia da realização das provas, num ambiente de alguma animação e muito nervosismo, a professora Bibliotecária, Manuela Cracel, e a professora Albertina Sousa acompanharam as alunas participantes, que estão de parabéns pelo empenho e entusiasmo demonstrados na forma como representaram a Escola. Num leque de 300 alunos, aproximadamente, uma das alunas (Maria Inês Sousa) integrou o grupo dos cinco finalistas. 

No regresso a Terras de Bouro, a satisfação de todos mostrava claramente que foram alcançados todos os objetivos deste concurso.

Resta agradecer à Direção da Escola e ao Município de Terras de Bouro todo o apoio prestado para que o concurso se realizasse.  
A Prof.ª: Albertina Sousa